Essenciais para a polinização e, consequentemente, para o equilíbrio da flora e da fauna, as abelhas nativas produzem meles que os brasileiros estão conhecendo cada vez mais. Isso porque os chefs estão apostando nesse produto, muitas vezes mais delicado que o das abelhas de origem europeia, que foram introduzidas no Brasil. E um dos chefs que estão de olho nas nativas é o paraibano Onildo Rocha, dos restaurantes Notiê e Abaru, no Espaço Priceless, no centro de São Paulo.
Na expedição que fez para criar a terceira temporada de seu Notiê, intitulada Matas & Mares e uma homenagem à Mata Atlântica, ele foi até Mandirituba, no Paraná, para conhecer a produção da marca Abelha Brasil.
Benedito Antonio Uczai iniciou a produção de mel há 18 anos na cidade que leva o nome de uma das abelhas nativas sem ferrão, a Manduri. Ela é uma das mais de 240 espécies de abelhas sem ferrão catalogadas no Brasil.
“Tiramos duas espécies de extinção”, afirma Uczai, que trabalha com sua mulher, dona Salete, pela conservação dos animais.
Onildo teve a chance de provar os meles in loco, em uma experiência multissensorial. “É muito delicado, diferente dos meles que os brasileiros comeram a vida toda”, diz o chef, que, de sabor, entende muito bem.
Ao escolher os produtos da Abelha Brasil para construir o menu do Notiê, Onildo aposta na preservação da Mata Atlântica, onde as abelhas da empresa estão, uma vez que 90% das plantações de flores silvestres dependem da polinização. “Elas não trazem só o mel, elas trazem a história também.”, completa o chef.